Uma ode à amizade e ao tempo
- andggomes
- 11 de fev. de 2023
- 4 min de leitura
Sexta feira de manhã, uma brisa fresca lá fora, um sol tímido aparecendo... tudo indicando que teria pela frente mais uma Sexta feira tranquila, sem muito #sextou e agitação.
Eis que um grupo no whats, em silencio há muito tempo, apita. Do nada alguém manda um
“Oi gurias, to com saudade!”
E foi o suficiente para desencadear uma chuva de áudios, risadas, saudades e atualizações da vida. E um ato tão simplório – simples na forma, mas nada simples no conteúdo! - já foi suficiente pra me tirar da sensação de Sexta feira tranquila e levantar uma dose cavalar de saudade emaranhada com saudosismo. Duas coisas que, somadas ao nome das quatro gurias que estavam naquele grupo, me trouxeram aquele sentimento de felicidade louca e transformaram meu dia.
Clóvis de Barros Filho uma vez disse que “Felicidade é aquele segundinho da vida que você gostaria de repetir muitas vezes, porque é a vida que valeu”.
Amigo Clóvis, pois hei de concordar contigo nesse ponto. Conversar, inesperadamente, com minhas amigas me despertou um sentimento real mundano provando que aqueles segundos colocando o papo em dia com as gurias era mesmo felicidade. E que, aquilo que lembrávamos entre risadas e comentários do tipo “meu deus a gente era muito louca”, também foram momentos de extrema felicidade em um passado distante – ora, nem tão distante assim, afinal somos apenas adultas e não senhoras.
E já que estamos falando em filósofos, Pondé - em seu livro (In)felicidade para Corajosos – audaciosamente disse que “a vida é um drama, não uma agenda com metas e métricas, como ela se transformou nas ultimas décadas”. Comentário esse que, em um primeiro momento discordei, visto que meu horóscopo de virginiana não me permite acreditar que uma vida sem metas pode dar muito certo, mas agora – que fique entre nós – humildemente concordo que muito mais feliz é uma vida com acontecimentos inesperados (ou dramas, se você preferir) do que um viver totalmente plenejado tim tim por tim tim.
Embalada por isso, trago toda a dramaturgia do nosso momento dessa sexta feira ventosa e ensolarada:
5 amigas que seguiram o caminho de suas vidas e depois de um tempo, sem planejamento algum, se encontram – mais maduras e cada qual com suas conquistas. E, apesar de terem vidas completamente distintas e diferentes agora, reafirmam que – independentemente de quanto tempo tenha passado desde a última vez que estiveram juntas pessoalmente - a amizade segue a mesma de anos atrás.
Não, esse não é o remake de reencontro do Sex and the City*, mas bem que poderia ser. Cinco gurias, cada uma com uma personalidade, cada uma trazendo o seu tempero pra conversa e os seus dramas da vida adulta... um filme e tanto!
*se fosse, eu queria ser a Carrie por dois motivos: 1. Ela ‘e a escritora do grupo e 2. Eu ficaria muito bem naquele tutu em camadas combinado com o top rosa claro e sandálias de tiras.
Mas enfim, voltando a minha Ode à amizade e ao tempo, ou seria mais correto dizer ao tempo da amizade, é fato que todo mundo leva uma vida corrida hoje em dia, independentemente de onde esteja, como viva e do que está fazendo... dizem as más línguas que esse é o ônus da vida adulta.
Agora o que nem todo mundo leva na vida é um grupo de amigas que, independentemente de tempo que passou desde a última vez que se falaram – ou quiçá: se viram, o sentimento segue o mesmo de (ai socorro estamos ficando velhas mesmo) mais de 15 anos atrás!
Cada uma em canto do mundo, afinal de contas é preciso fazer acontecer e tocar a vida né?
Tanto mudou – até o sotaque, antes tão igualmente gauderio do interior do RS, já está hoje com um desenho particular em cada uma - mas a cumplicidade das gurias segue a mesma, e mais: não há cobranças, não há metas, entrega, likes, views... só há fofoca, boas lembranças e risadas. Apenas o básico de uma vida adulta depois dos 30: términos, recomeços, mudanças, trabalhos, estudos, mestrado, romances, desilusões, ilusões, alegrias, dúvidas, conquistas...
Gosto muito de sentir esse sentimento de amizade sincero e simples, assim como as tardes que passávamos juntas. Lembro como se fosse hoje de uma outra vida vivida no interior onde as poucas preocupações – de uma vida nada adulta – eram o sabor da pipoca, a quantidade de gelo na garrafa térmica do terere e se haverá um banco livre na praça pra sentarmos. Ahhh se o banco da praça falasse... quantos encontros, quantas risadas, incertezas, quantas felicidades vividas e compartilhadas nas tardes quentes do verão...
Gurias, faço minhas as palavras de nossa mestra maestra: estou muito orgulhosa de nós. Crescemos, amadurecemos, conquistamos, evoluímos e permanecemos juntas: uma Fazendeira, uma Ministra, uma Dra. Frankstein, uma Mestra Maestra e uma Louca aspirante à escritora. Quem diria einh?
Brincadeiras à parte - vocês sabem quem são e talvez saibam disso, mas não me custa dizer isso em voz (escrita) alta: obrigada por tanto e tô ansiosa pra nos falamos de novo daqui uns 6 a 8 meses!

Um beijo, Andi.
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