Nesse post te conto como foi minha experiência inédita fazendo um sound bath. Já ouviu falar ou tá curioso pra saber como é, então segue lendo que a história é boa.
Um dia desses minhas amigas me convidaram para um programa diferente: sábado à noite, na última super lua do ano de 2024, vamos fazer um Sound Bath?
Eu, como não sou boba nem nada, nunca perco a chance de um rolezinho com 'azamiga' - vai que rola uma rodada de espumante no final? - aceitei na hora. "Sign me in!” foi minha resposta.
Fui sem muito entender o que iria fazer e sem saber muito o que esperar.
Confiando nas minhas amigas, comprei o ticket da experiência bem caviar: “nunca vi, nem comi, eu só ouvi falar”. Nesse caso, nem ouvi falar eu tinha, mas quem tem amigas na vida, tem tudo - então partiu!
Um sound bath - "banho de som" em português - é uma prática terapêutica que se baseia em princípios antigos tais como os utilizados em tradições orientais. Durante uma sessão sons e vibrações são utilizados para promover o relaxamento profundo, o alívio do estresse e o equilíbrio emocional. A física por trás disso conta que as ondas sonoras podem ser sentidas fisicamente, ajudando a relaxar músculos tensos e a liberar bloqueios emocionais.
Pois bem, sábado dia 16 de novembro, às 19:30 em ponto o guia da noite, com sua voz macia, nos convidou para iniciar a sessão. Nos acomodamos deitados no chão - alguns mais preparados que outros, com cobertas, travesseiros e almofadinhas - e fomos guiados inicialmente por uma voz tranquila que dizia:
Inspira fundo e solta o ar pela boca…
Pode se acomodar e comece a relaxar…
Inspire, expire…
Mais uma vez…
Feche os olhos...
E foi eu fechar os olhos pra escutar um som silencioso e tranquilo que estava começando a ser emitido. O som foi ficando mais alto aos poucos novos instrumentos começaram a fazer companhia a ele e eu fui deixando minha mente se envolver com as ondas sonoras que calmamente iam e vinham.
Os sons eram produzidos por instrumentos como tigelas tibetanas de cristal, gongs, sinos, chocalhos e até mesmo sons da natureza. A ideia é que essas vibrações sonoras penetrem no corpo e na mente, ajudando a induzir um estado de meditação profunda e sensação de bem-estar.
Eu, mesmo sendo marinheira de primeira viagem nesse banho, estava indo muito bem até me pegar pensando: “nossa, to indo muito bem! Veja só, estou meditando”.
E bastou esse pensamento intrusivo para entrar no spin da não-meditação: “será que eu deixei comida suficiente pra Gorda?” “Segunda tenho que comprar aquela caneta que eu gosto”. “Amanhã é domingo, vou ter que ir na Costco”. “Será que liguei o pinheiro na luzinha branca ou colorida?” “Que cor mesmo é a meia que tô usando"?
Andressa, chega de pensar. Respira. Limpa a mente. Inspira, expira. Escuta o som. Tu tá aqui pra escutar o som e se deixar levar pela experiência. Inspira, expira. Não estraga o rolê. Inspira, expira... Ahh, tá funcionando…
“Como será que eles fazem esse som?’ “será que eles vão ver se eu espiar bem rapidinho?” “Será que já tá todo mundo meditando, menos eu?” “É normal doer a coluna?” “não é minha coluna doendo - foca no som. Esquece a coluna”.
Inspira…expira…
Sons fortes, sons fracos
Inspira... expira...
Nao sei quando foi que aconteceu, mas o som começou a ficar mais intenso, mais rítmico e em seguida mais tranquilo de novo. Meu cérebro foi sendo tomando pela inconstância das ondas sonoras e foi sendo levado para um quarto mais escuro e tranquilo. Ali, eu conseguia ver o som, senti arrepios, pensei em lobos, vi estrelas, - uma loucura muito boa - e, óbvio, sem uso de químico algum. Apenas o som. Apenas o som de gongos, flautas, chocalhos e tigelas tocando padrões sonoros de uma forma que encantaram a minha mente e me fizeram viajar e relaxar de uma forma que nunca tinha experimentado.
Eu sei - loucura! Mas a nossa mente é poderosa não?
E aí eu acordei. Não sei quanto tempo durou, mas até agora estou tentando entender se eu dormi ou se eu meditei profundamente, mas na verdade não importa muito - o importante é que eu experimentei.
Cheguei com o coração aberto e a mente curiosa.
Saí com uma mente relaxada, o corpo tranquilo, uma alegria de ter experimentado algo novo de bem estar e uma vontade muito forte de fazer de novo.
Mas na próxima vez vou trazer mais um (ou dois) travesseiro para acomodar melhor a lombar, uma cobertinha e uma espumante pra tomar escondido na xícara de chá no final porque afinal de contas é sabado de noite e eu tô com as gurias.
E pra quem mora aqui na região de São Francisco, na Califórnia e ficou curioso pra experimentar, vai acontecer outra sessão no dia 12 de Dezembro de 2024 na Kaizekan Judô em San Rafael. Eu vou estar lá, com minhas cobertinhas, travesseiro e almofadinhas - afinal de contas é preciso relaxar bem pra estar preparada para as festas e compras de fim de ano!
Quer ir também? Acesse: https://journeybeyondsound.com/december-winter-moon-2024/
Te vejo por lá!
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