Um transatlântico da década de 30 que está aposentado e que hoje funciona como hotel no sul da Califórnia.
Nesse post você encontrará informações sobre a história do navio Queen Mary, onde Queen Mary está localizado, como fazer para se hospedar no hotel do navio Queen Mary e quais são os restaurantes e as atrações disponíveis.
E se você, assim como eu, é fã de Titanic fica nesse post até o final porque você vai sair inspirado a passar uma noite em uma cabine de passageiros da primeira classe desse hotel histórico que é um dos mais diferentes do Sul da Califórnia!
O que é o Queen Mary?
O RMS Queen Mary é um transatlântico aposentado da Cunard Line que atravessou 1001 vezes o Atlântico Norte no período de 1936 a 1967. Queen Mary teve seu lançamento como o transatlântico mais luxuoso e tecnologicamente avançado da época e ele foi construído na Escócia e registrado no porto de Liverpool, Inglaterra, e seu nome é em homenagem a rainha Maria de Teck, a Rainha Consorte do Rei Jorge V da Inglaterra (o avô da nossa amada Betinha).
E se você está se perguntando se existe alguma relação entre o Queen Mary e o Titanic, existe sim!
O Queen Mary é maior que o Titanic (Sim!) e as empresas que encomendaram o Queen Mary e o Titanic, respectivamente: Cunard Line e White Star Line (duas empresas rivais) em dezembro de 1931, devido à Grande Depressão, tiveram que se fundir a fim de garantir um emprestimo do governo britânico um empréstimo para completar seus projetos, sendo um deles a construção do Queen Mary.
Um pouco de História
Dentro do Queen Mary estamos de volta a uma época anterior a da era da brilhantina. Estamos na Década de 30 mais especificamente. Um tempo onde Charles Chaplin brilhava em Tempos Modernos, onde o primeiro Fusca foi fabricado e a lycra nasceu - e com ela, uma revolução na moda feminina.
Exemplo de como era a propaganda das viagens (Foto 1) e modelo do bilhete de viagem (Foto 3)
Em 1936, Queen Mary fez sua viagem inaugural atravessando o Oceano Atlântico e chegando em Nova York alguns dias depois. O navio, extenso para a época, era dividido em três classes de passageiros: Cabine (primeira classe), Tusista (Segunda classe) e Terceira Classe.
Muitos artistas e políticos influentes atravessaram o Oceano nessa belezinha. Churchil foi um deles - inclusive até hoje está em destaque uma sala que ele usava de escritório em 1952 quando viajava para os Estados Unidos pra visitar o presidente Truman.
Durante a Segunda Guerra Mundial Queen Mary foi pintada de cinza e em 1940 foi 'chamada' para o combate. Mais de 800.000 tropas foram transportadas durante a guerra e em abril de 1945 ela finalizou seus serviços militares em Nova York.
Em 1967, aós 1001 travessias do Oceano Atlântico, a Queen Mary completou sua viagem final de Southampton, na Inglaterra para Long Beach - viagem que comandada pelo capitão John Treasure Jones.
E para finalizar essa Era bem sucedida de viagens luxuosas a Queen Mary realizou sua viagem final marcante com um roteiro especial parando nos portos de Lisboa, Las Palmas, Rio de Janeiro, cruzando os mares selvagen do cabo Horn no extremo sul da América do Sul onde os oceanos Pacífico e Atlântico se encontram, passando por portos em Valparaíso, Lima, Panamá e Acapulco até chegar em Long Beach.
Long Live the Queen!
Onde o transatlântico Queen Mary está localizado?
Atualmente o transatlântico Queen Mary está atracado em Long Beach, California desde 1967. O endereço oficial é 1126 Queens Hwy, Long Beach, CA 90802.
O aeroporto mais próximo é o Los Angeles International Airport (LAX). Do aeroporto para Long Beach, cidade onde está a Queen Mary, são cerca de 37 km e 30 a 60 minutos de carro, dependendo muito do trânsito na região.
Como se hospedar no Queen Mary?
As acomodações espaçosas e luxuosas do navio resumem perfeitamente por que o Queen Mary estabeleceu um novo padrão para o luxo dos transatlânticos. Cabines de passageiros da primeira classe - no melhor estilo Art Déco característico da década de 30 - e a sofisticação dos restaurantes nos proporcionam uma viagem no tempo, aliás: uma viagem luxuosa no tempo!
Detalhes da decoração Art Déco dos anos 30
Para reservar o seu quarto no Queen Mary basta acessar as opções aqui ou diretamente pelo site e escolher entre as opções de Full Suites, Mini Suites, Deluxe Stateroom, Family Stateroom e Standard Stateroom. Importante: King Deluxe suites ficam a estibordo e incluem belas vistas do porto de Long Beach.
Nós ficamos hospedados na Mini Suite e gostei muito. Uma experiência digna do Titanic!
Foi uma real viagem no tempo principalmente porque as suítes são adornadas com madeira polida autêntica e obras de arte originais da época.
Detalhes da Mini Suite
Assim sendo, não fique chateado se você encontrar uma madeira um pouco desgastada pelo tempo, ou uma marca de copo na sua mesa de cabeceira: isso tudo são marcas de história!
Dois aspectos do banheiro que me chamaram muita atenção: a descarga - um pedal antigo localizado ao lado do vaso sanitário - muito engraçadinho para os tempos atuais e muito cara de 1930!
E o sistema de água do chuveiro que oferece água potável fria e quente para o banho e uma opção que muito foi trabalhada pelo marketing: água salgada, também fria e quente. O interessante aqui da água salgada é que ela vinha das caldeiras que geravam vapor para as turbinas do barco e 'reutilizar' essa água do mar limpa era uma grande economia pro Queen Mary. Por isso, as propagandas afirmavam que banho de água salgada quente fazia um bem enorme para a pele. Marketing sempre, né?
O que Fazer no Queen Mary
Restaurantes:
Chelsea Chowder House & Bar: a ideia é trazer uma casa de sopas britânica contemporânea. O menu é bem completo variando entre filés, peixes e os tradicionais Clam Showder (sopa cremosa de mariscos) e Fish and Chips.
Observation Bar & Art Deco Lounge: a melhor opção para um drink no fim do dia vendo o pôr-do-sol. O ambiente é clássico e chique, o Observation Bar era antigamente o First-Class Lounge.
Restaurantes e Bar do Queen Mary com drinks e comida espetaculares!
Tours:
No D Deck está localizada a exibição do Queen Mary mostrando um pouco mais da história do navio. Ainda nesse Deck é possível acessar a Engine Room. Esses dois tours são self guiados. Ainda há os Tours Guiados oferecidos todos os dias e há várias opções de tours:
The Steam and Steel Tour onde é possível caminhar pelas Salas das Caldeiras 1 a 4 e pela Sala do Turbo-Gerador.
The Glory Days: um aparato geral da história do Queen Mary. Fizemos esse tour e achei bem completo. O guia contou sobre a construção do navio, do tempo como navio de tropas durante a Segunda Guerra Mundial e de seus dias de glória como o transatlântico mais luxuoso e tecnologicamente avançado do mundo.
Haunted Encounters: o tour mais famoso pois os guias contam histórias e lendas sobre as famosas assombrações do Queen Mary. Eu decidi não fazer esse tour pois tive sérias duvidas se iria conseguir dormir depois das histórias.
Paranormal Ship Walk: nesse tour são visitados vários compartimentos raramente vistos pelo público em geral, e o guia compartilha histórias e lendas famosas sobre alguns dos passageiros.
Para mais informações e compra de ingressos visite o site oficial aqui
Detalhes da sala de máquinas e da sala de comando do Capitão
Curiosidades sobre o Transatlântico Queen Mary:
Na última viagem da Inglaterra para os Estados Unidos foram trazidos alguns 'souveniers' britânicos a bordo do navio para que a Queen Mary não sentisse tanta saudade de casa. Dessa forma, os inconfundíveis ônibus de dois andares de Londres, bem como algumas das famosas cabines de telefone foram trazidas nos porões do Queen Mary. Hoje ainda é possível encontrar alguns ônibus circulando por Long Beach e pra quem quiser uma foto em uma cabine original londrina nem precisa sair do navio: basta achar uma das tantas espalhadas pelos decks.
Queen Mary foi o primeiro transatlântico a ter barco salva vidas motorizados.
Queen Mary arrebatou o cobiçado Blue Riband (um prêmio não oficial dado na época a navios de passageiros que cruzavam o Oceano Atlântico em serviço regular com a maior velocidade média recorde) do transatlântico Normandie em sua sexta viagem de ida e volta em 1936. Ela cruzou o Atlântico em 4 dias, 4 horas e 12 minutos.
Todas as cabines do Queen Mary tinham telefone e os passageiros poderiam ligar para qualquer lugar do mundo.
A piscina da primeira classe era de água aquecida salgada e precisava ser esvaziada sempre que o navio encontrava mau tempo e tempestades.
Eram servidas 10 mil refeições por dia no Queen Mary.
Você sabe porque usamos ELA para embarcações?
Não existe ao certo uma explicação correta tampouco uma regra. Há sim, teorias e histórias que se contam por aí que tentam dar respostas a essa pergunta interessante.
Alguns boatos dizem que é porque "Como uma mulher, barcos são imprevisíveis." Há também outra versão que explica que os marinheiros, durante longas viagens, sentiam falta de suas companheiras e por isso passavam a ter uma relação de amor e carinho pelas embarcações que lhes ofereciam aconchego, alimento, segurança e companheirismo. Por isso, se referiam ao navio como se fosse uma mulher, companheira e amante ao longo das viagens.
A versão que mais me agrada é a que conta que as embarcações são consideradas Ela por que se relacionam com a ideia de Deusas e figuras femininas maternais que guiam e protegem o barco e sua tripulação.
E aí, ficou intrigado com a história fascinante do Queen Mary? Quer incluir essa experiência única no seu próximo roteiro de viagem? Não perca tempo! Entre em contato comigo, e juntos, vamos planejar uma experiência inesquecível para suas férias na Califórnia.
E se você acha que seus amigos também adorariam conhecer essa pérola histórica, não deixe de compartilhar este post com eles. Afinal, boas histórias merecem ser compartilhadas!
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