Quisera eu ter entendido isso aos 20s
- andggomes
- 24 de mar. de 2023
- 3 min de leitura
Hoje tive uma manhã muito feliz, a qual - carinhosamente - apelidei de minha Manhã de Bi-lhões. Veja bem, acrescentei uns zeros devido ao exímio valor dela pra minha vida.
Acordei cedo, tomei meu chá pegando um sol com meu gato no colo, li umas páginas do meu livro – Cartas a Theo – biografia do pintor Van Gogh e fui pra academia. Treinei, voltei pra casa e tomei uma batida protéica e nutritiva e fiz uma reunião muito importante pra mim.
Depois, como um ato de presentear a mim mesma pela maravilhosa manhã que tive, liguei a vitrola com um clássico de Bach e passei uns 40 minutos tendo um tempo pra mim. Tomei chimarrão, li meu livro, amei meu gato e escrevi.
Mas e porque estou compartilhando isso?
Porque às vezes a gente precisa fazer e dizer o óbvio simplório e mundano pra passar a acreditar nele.
Sabe porquê?
Porque ontem de noite meu primeiro pensamento antes de dormir ontem foi “PQP porque marquei aula amanhã? Não vou treinar, vou dar balão na Bru”. Mas aí eu arrumei minha roupa da academia e fui dormir.
Hoje de manhã quando o despertador tocou pensei “tá muito frio, vou seguir no quentinho das cobertas - azar”. Mas aí eu virei de lado e levantei.
Antes de começar a aula do funcional eu já pensei “vai ser longo e difícil esse treino”. Mas comecei.
Depois da aula eu mirei mentalmente em uma torrada de mortadela com manteiga, mas acertei no shake de proteína.
Um pouco antes da reunião já comecei a duvidar de mim mesma – medo e ansiedade chegaram de mãos dadas e vrá: me peguei pensando "não me preparei o suficiente", “o que vou responder se me perguntarem sobre minha posição perante a invasão dos extraterrestres?”, “qual é mesmo a regra da hipotenusa?”... Mas entrei na reunião e liderei ela.
Enfim.
Tudo isso pra dizer que: três ou quatro anos atrás eu teria dado balão na minha personal, teria ficado mais 30 minutos me rebostiando na cama, talvez nem teria entrado na reunião, teria comido duas torradas com café (aziaaaa só em pensar!) e teria saído atucanada e atrasada trabalhar sem ter tido o tempo pra mim antes.
E me flagrei pensando: será que fui melhorando com a idade? Talvez sim, talvez não.
Quisera eu ter entendido isso aos 20s.
Entendido o quê?
Entendido que é da nossa natureza humana nos apegarmos às dificuldades, ao negativo e usar isso como desculpa para deixar de fazer algo.
Mais do que ninguém, a nossa mente sabe do que a gente gosta. Do conforto, tranquilidade, quentinho...É confortável e fácil pra ela viver assim. "Trabalho pra mudar, pra quê?" deve pensar, diariamente, essa massa cinzenta que carregamos.
O desafio mora no fato de que é necessário um esforço pra vencer a nossa própria mente. Pra desenrolar os cenários de enrolamento que vendemos para nós mesmos. E isso, caro amigo, é um treino constante. Um treino mais árduo do que 25 repetições de agachamento com 100kg nas costas.
E, aqueles que entendem que geralmente – veja bem, geralmente – aquelas atividades que nos fazem bem - o exercício físico, comer saudável, ler um livro, estudar, dormir e acordar cedo... - exigem muito esforço primordialmente.
E, já que estamos sendo honestos: elas vão ser um inferno de difícil pra começar. Mas aí, o durante vai ser massa e vai render um bom caldo pra momentos bons. E, finalmente, depois que terminar vai deixar tão bem, feliz e realizado que o único pensamento possível a passar na massa cinzenta será: "porque não comecei isso antes?”. Isso vai bombar na cabeça.
E se você, assim como eu, tem um pavor de FOMO – Fear Of Missing Out – vai concordar comigo que esse sentimento de ‘porque não fiz isso antes’ é terrível, visto que implica que passamos um tempo – que nunca mais vai voltar - perdendo algo bom na vida simples e justamente pelo fato de não começar a fazer o esforço inicial - o qual, muito maior é em nossa mente do que na realidade.
E eu, que não gosto de perder coisas boas na vida, já decidi: amanha às 8 da matina vou estar na academia de novo.
Vamos comigo???
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