MAUI - TOP 5 EXPERIÊNCIAS - 3° Lugar
- andggomes
- 25 de set. de 2022
- 6 min de leitura
Atualizado: 20 de nov. de 2022
EXPERIÊNCIA 3
A Estrada para Hana.
Atenção! Essa experiência para nós foi muito legal! Porém existem poréns.
Atenção 2!!! Antes de mais nada. Vamos determinar as corretas expectativas:
A Estrada de Hana é uma excelente metáfora da vida: não é sobre o destino, mas sim sobre a jornada.
Ou seja, é uma estrada cheia de pontos interessantes durante o caminho e o ponto final* é a cidade de Hana.
*aqui um gigantesco asterisco precisa ser adicionado. Na nossa experiência, o ápice da estrada foi literalmente depois de Hana. Mas falaremos melhor sobre isso em breve. Apenas lembre-se do *.
Agora sim, apertem os cintos e vamos ao que interessa.
Há uma camiseta famosa que diz: “Road to Hana: I survived”. No nosso melhor português: "Estrada de Hana: eu sobrevivi." E não é à toa. A estrada de Hana tem 617 curvas, 56 pontes, 52 milhas e a média de tempo pra fazer ela é de 3 horas.

Alguns dados interessantes:
A estrada tem 84 km, e não tem posto de gasolina na estrada então não esquece de encher o tanque antes de mais nada!
A estrada é cheia de curvas, pista simples e, em alguns trechos, apenas a possibilidade de passar apenas um carro por vez. O que para uns pode ser um problema, mas para muitos é o charme da Road to Hana! Então você poderá encontrar muitos carros, filas, e uma certa dificuldade de achar estacionamento em alguns pontos, mas considere normal. Nós não encontramos dificuldades com a estrada no dia que fomos – saímos cedo e o Pedro pilotou o tempo todo, caso contrário talvez teríamos tido dramas. Minhas habilidades dirigísticas se resumem a ’só sei dirigir meu carro em estrada sem curva' e é isso aí.

A água das cachoeiras é MUITO gelada – pro meu parâmetro banho quente quase fervido. (Foto batendo queixo na cachoeira cheeeck!) E mais, eu e meu instinto apocalíptico temos muito medo de rio e cachoeira, é muito fácil acontecer uma ‘flash flood’ ou rodar umas pedrinhas e bater na minha cabeça… então sejamos precavidos e cuidadosos. Nada de aventuras muito loucas na cachoeiras, ok?!

O nosso roteiro
Nós saímos cedo e pegamos pouco trânsito. Fomos parando em quase todas as paradas no início – eu baixei um mapa da estrada de Hana, e os flyers do aeroporto também ajudaram muito. Se fosse hoje eu faria apenas algumas que eu vou listar adiante.
Vale a pena se programar bem, nós paramos em lugares que tinham nada de especial e mais no final eu quiz fazer a Pipiwai Trail pra ver a Waimoku Falls e não deu tempo.
Aqui as paradas que eu recomendo – a maioria das paradas não tem sinalização – então nos guias vai sempre aparecer em que Mile (milha) da estrada o lugar é e aí como se anda devagar é fácil de achar e parar.
Primeira cachoeira grande que se consegue ver da ponte (não tenho a Mile marker, mas dá pra ver a cachoeira de longe) e pra chegar nela tem que fazer a trilha que é por baixo da ponte. A trilha não era sinalizada e eu e o Pedro - com nossas habilidades explendorosas de trilha - ficamos um tempo tentando entender por onde as pessoas que estavam lá embaixo passaram.

Twin Falls (Mile marker 2) – tem uma 'mini trilha' pra chegar nela e vale a pena. Bem legal de ver e muita gente toma banho nela. Eu já estava bem feliz com os banhos gelados que tinha tomado, então fiquei só nas fotos mesmo. Nesse ponto tem uma barraquinha pra comprar comida também.
Mile Marker 4.5 – Huelo Lookout: aqui tinha uma barraquinha com agua de côco, smoothie de frutas locais – bem havaiano e bem delicioso!

Mile Marker 32.2 – Praia de areia preta no Waianapanapa State Park - essa parada eu li muito sobre, mas quando estávamos lá decidimos não ir porque estávamos animados com a estrada.
Hana – a cidade (não lembro de ter ficado impressionada) Esse é o grande destino final. Pra nós foi aqui que começou a melhor parte!!! Segue firme, passa Hana e a partir daqui muito valor terá teu Jeep 4X4 com ar condicionado bombando.
Mile Marker 45: depois de Hana a nossa primeira parada foi a Wailua Falls – dá pra ver a cachoeira da estrada mesmo. Super linda! mas nós estacionamos e fizemos a trilha (pequena) que tem pra chegar mais perto.
Logo em seguida Mile Marker 42 tem a Pools of 'Ohe'o - famosa pelo nome de Seven Sacred Pools. São sete ‘piscinas’ em uma queda gradual formadas por cachoeiras e que desaguam no mar. É lindo e super vale a parada – dá pra ver de cima da ponte, mas meu lugar favorito foi da ponta, perto do mar. Tem uma trilha dentro do parque que chega até a ponta e é bem curtinha.

Aqui por perto fica a trilha que eu queria muito fazer mas não tivemos tempo: a Pipiwai Trail e a Waimoku Falls. 6.5 Km ida e volta, o caminho no meio da floresta, passa por uma floresta de bambu no meio do caminho. Vou ter que voltar pra fazer!
Agora, quero dedicar essa parte do texto especialmente àqueles que gostam de fugir do óbvio e das massas de turistão. Especialmente para aqueles amigos, assim como eu, que gostam de um tantinho de aventura e muuuuuita história pra contar.

Seguindo o baile fomos chegando em uma parte da estrada bem menos movimentada.
Normalmente quem faz a estrada de Hana vai até Hana pela estrada e volta pelo mesmo caminho até Paia. Porém, existe uma opção menos tradicional - que poucos corajosos fazem: prazer, poucos! Plisssss, junte-se a nós! - e que foi uma expêriencia ESPETACULAR. Sem sombra de dúvidas o ponto alto da Estrada de Hana:
A Back Road to Hana ou, Reverse Road to Hana.

ATENÇÃO!!! O que saber antes de ir:
Você vai notar que as locadoras de carro fazem questão de sinalizar que, para carros normais (exclua Jeep da parada – pelo menos em 2018) não há cobertura para os carros e, se caso algo acontecer com seu carro nessa faixa remota, você provavelmente estará sozinho. Há rumores de que pegar um carro alugado nesta rota anula seu contrato de aluguel. Embora isso não pareça ser o caso de todas as empresas de aluguel de carros, verifique seu contrato.
Se estiver chovendo muito, não é aconselhável fazer esse trajeto. A estrada pode ser lavada rapidamente, e vários lugares são conhecidos por inundar em chuvas fortes, tornando a estrada intransitável. Então, se estiver chovendo, nem arrisque.
De fato a estrada é ruim, muito ruim para os padrões americanos. Estrada de chão batido, com buraquinhos aqui e ali, curvas que só passa um carro por vez – Atenção! Vai devagar e buzine antes de entrar na curva. Algumas partes são mais críticas e tensas porque a estrada é beeem curta e tem um penhasco que cai no mar, protegido apenas por algumas pedras – então, não dá pra vacilar! Pra quem ficou curioso sobre quão ruim a estrada pode ser, aqui tem um vídeo com um resumo.
Agora que os recados foram dados, vamos à parte divertida:
A Road Back to Hana é uma experiência fenomenal! É uma daquelas estradas que você precisa dirigir pelo menos uma vez na vida. O caminho é LINDO DEMAIS! E além disso, é uma aventura e tanto! Depois que passa da Mile marker 40 a estrada vai ficando mais 'off road' e vazia. São pouquíssimos que seguem esse caminho alternativo espetacular.
São mais curvas, alguns penhascos, velocidade mínima no Jeep, praias escondidas, silêncio... Entre uma curva e outra Pedro e eu contemplávamos a imensidão do mar. A brisa da praia se misturava com o ar úmido da floresta e com o cheiro de vulcão...

A sensação era de que só existia nós nessa ilha deserta e que teríamos que desbravar, no melhor estilo Jurassic Park no paraíso. Depois de algum tempo a estrada melhorou e começou a anoitecer, estávamos indo em direção de leste para leste quando vivemos um momento que me marcou muito e ainda tenho a exata fotografia na minha mente. Infelizmente não tenho foto pra compartilhar - eu vivi o momento 100% então tenho na minha mente o que meus olhos registraram:
Estamos passando uma ponte, o sol está se pondo na nossa frente. Do lado esquerdo temos a infinitude do oceano pacífico, do outro lado vejo um vale e uma imensidão de lava seca – parece que o vulcão estava erupindo e a lava estava vindo em nossa direção. Graças ao senhor só parecia mesmo (o vulcão está inativo já), mas a imagem da imensidão na minha memória ficou.
Depois de muito pesquisar descobri que o lugar pode ser o Manawainui Gulch. Era realmente um grande cânion de lava. À medida que a lava do vulcão Haleakalā fluiu e cortou a terra, esses enormes cânions foram criados em direção ao mar e formando essa maravilha da natureza no paraíso que é a ilha de Maui no Hawaii.
E foi a melhor maneira de finalizar nosso passeio. Depois desse trecho chegamos na parte mais movimentada - e com civilização - de Maui e seguimos para o hotel descansar.
Enfim, tirando alguns pequenos detalhes, a experiência da Estrada de Hana é muitooooo legal. Quero repetir, e da próxima vez eu vou iniciar pelo lado contrário, pegar os penhascos primeiro, fazer a minha trilha (4 milhas ida e volta – tá ok) e dar mais uma chance pra Hana.
Quem vem comigo?
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