Há exatos dois anos, dois meses e 4 dias atrás estávamos voltando do Egito, com uma mala cheia de souvenires (obrigada Pedro), histórias pra contar e uma vontade de voltar logo pra conhecer mais esse país tão diferente e tão rico em cultura. Mal sabíamos nós que estávamos voando nosso último voo sem máscara pelos próximos 2 anos, 2 meses e 4 dias. Hoje, 12 de Maio de 2022, sentada aqui, no 23B do voo AA2045 a caminho de Miami, sem máscara, com o Pedro do meu lado e uma moça trabalhando enlouquecida do outro me peguei pensando: por quanto tempo esperei e sonhei por esse momento nesses últimos anos... Um momento tão simplório e insignificante: estar sentada em um banco ‘pouco confortável’ de um avião, a 10 mil metros de altura respirando livremente sem máscara. Seria irrelevante se não fosse pelo fato de que essa opção nos foi furtada por algum tempo.
Não tínhamos escolha.
E por isso hoje me dou ao luxo de valorizar tanto essa insignificância desse momento.
Não apenas pelo fato de poder respirar livremente sem ter uma máscara na minha cara atrapalhando, poder tirar fotos e mostrar o sorriso, poder ver o rosto inteiro das pessoas (daquelas corajosas sem máscaras pelo menos - não se engane ainda temos cerca de 30% das pessoas mais precavidas com suas saúdes que seguem mask up), mas também pelo significado maior do que ‘não usar máscara' representa pra mim:
Liberdade. Escolhas. Estamos de volta ao ‘normal’. O pesadelo acabou.
Inevitável dizer que todo mundo mudou nesse período, perdemos muito - uns mais que outros, certamente - mas ganhamos um pouco também. Arrisco dizer que talvez uma nova perspectiva de vida, uma forma de valorizar as pequenas coisas, uma releitura meio renascentista daquilo que importa. Após as trevas, sempre vem a luz para nos ajudar a entender o belo.
Aqui nos Estados Unidos os mandatos de máscaras foram caindo lentamente, alguns estados republicanos muito (mas muito mesmo) antes que outros, depois mais estados, mais cidades...
Não precisa mais de máscara em lugares abertos, agora não precisa mais em lugares fechados, mercado está ok, restaurante também… até que em 18 de Abril acabou geral. Nos aeroportos e dentro dos aviões (areas federais) ainda era obrigatório o uso de máscaras, mas para nossa alegria isso já está no passado também.
Vivemos.
Sofremos.
Enfrentamos.
Perdemos.
Ganhamos.
Aceitamos.
Aprendemos.
Mudamos.
Melhoramos.
E assim agora, sortudos, vamos seguindo… livres: quem quer seguir usando máscara pode, quem não quiser usar mais máscara pode também.
Como será que estaremos daqui exatos 2 anos, 2 meses e 4 dias?
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