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Belgica - Diário de Viagem

Updated: May 2, 2023

Dia 3 de Abril


Acordamos em La Roche en Ardennes, com uma neblina densa e, assim que o sol saiu, deu pra curtir um pouco a vista incrível que tínhamos no quarto para a cidade.


Aliás, hoje foi o primeiro dia de sooool desde que chegamos! Aleluia solzinho, venha para ficar!


Vista da nossa sacada - La Roche en Ardennes

Estamos hospedados no hotel Le Challet. O hotel fica no alto de um morro e daqui conseguimos ter uma visão panorâmica da cidade. O dono nos contou que nessa época do ano é muito tranquilo, mas que a partir da Páscoa o movimento aumenta.


Esse hotel além de ser um charme foi um grande achado!


Quando estava montando o roteiro um dos pontos altos dessa parte da viagem era a visita a cidade de Bastone, um lugar cheio de história por conta da Batalha de Bulges no fim da II Guerra Mundial.


Nosso objetivo nessa área, além de visitar Bastone e seus museus, também era andar pela região (já que estamos de carro e isso nos permite uma liberdade imensa) pra descobrir alguns "hiden gems" - ou seja, lugares lindos e pouco explorados pelo turismo - e para isso precisaríamos de uma cidade pequena - melhores opções de hotel com um ótimo custo/benefício - e central.


Olhei o mapa, fiz algumas pesquisas, mostrei o plano pro Pedro e voilá: La Roche en Ardennes tinha tudo o que queríamos e um tanto mais!



E assim foi.


Acertamos em cheio!!! La Roche en Ardennes é um tesouro escondido na Bélgica.



A 30 Km de Bastone, essa pérola também tem ligação forte com a história. Além de ter as ruínas de um castelo feudal, ela também foi ocupada pelos alemães e destruída na II Guerra e hoje tem um museu contando das batalhas e mostrando a cidade durante aquela época.


E para os fãs de artefatos militares e história essa cidadezinha é um must! Na praça central tem um tanque americano (sherman) e na frente do museu da Batalhas das Ardennes tem um tanque Hetzer alemão (existem apenas 38 deles no mundo hoje) e na frente do hotel que ficamos tem um tanque americano M10.


Olha, pra uma cidadezinhainha de 4 mil habitantes ter três tanques que foram usados na região é uma grande prova de como essa batalha no final da guerra foi importante.


Tanque Hetzer (alemão) em frente ao museu da cidade

Tanque americano M10

Tanque militar americano Sherman
 

Descemos para tomar nosso café da manhã, e minhanossasenhora do buchinho feliz: QUE café espetacular!


Nada de luxo, mas tudo de ótima qualidade e um ambiente fenomenal. Estamos rodeados de obras de arte! Quadros, animais empalhados e mais quadros que o dono do hotel coleciona.


Um ar meio renascentista e bucólico, intrigantee lindo! Aliás, a louça é tão linda que nenhuma Tânia Bulhões colocaria defeito!


Salão do café da manhã

No café, me dei ao luxo de comer dois ovos da Rainha (ovo cozido por uns 4 minutos. A gema tem que ser molinha e o ovo fica em uma louça especial pra ser comido de colher - uma deliiicia!), afinal o dia vai ser longo e precisamos de proteína pra sustentar! Um sanduiche de salamito e queijo gruyere e café preto feito na hora pelo dono do hotel. Pedro apenas trocou o café por um chocolate quente, também feito na hora.


Ovos da Rainha: se come com a louça certa e no ponto perfeito da gema mole.

Meu 'ovo da rainha' à postos e meu Mc Andi Salamito

Depois do café da manhã digno de rainha e rei, carregamos o carro e seguimos para o centro da cidade.


Estacionamos em uma vaga de rua na Pl du Bronze, atravessamos o rio. Perdemos um tempo olhando e fotografando a paisagem linda: ponte com o rio descendo, as montanhas e um castelo atrás - e caminhamos pela rue N89 no centrinho.


Ação favorita quando em férias: flanar

Descobrimos que na temporada a cidade fica lotada de turistas locais que vem pra cá atrás de comida boa - existem vários restaurantes franceses que estão no guia Michelin na categoria Bib Gourmand - pista de esqui, muitastrilhas, roteiros de bicicleta, etc...


Le Chaint Michel: o favorito da cidade

Passamos no museu da Batalha de Ardennes para ver - mais um - tanque da guerra, dessa vez um caça tanque Hetzer alemão.


Compramos um presente pra Gorda, entramos na igreja da cidade onde eu pude ver pela primeira vez um órgão musical bem de perto (sou apaixonada por esse instrumento!


Órgão: muito comum nas igrejas da Europa

Já vimos até um concerto de órgão em uma catedral em algum país no leste europeu que não consigo lembrar agora)...



E depois, subimos para conhecer o castelo da cidade onde fomos surpreendidos por um show de Falcoaria!


"Que tá olhando, moça?"

Como já era meio dia, pegamos uma cerveja local, sentamos em uma mesa no sol e curtimos corujas e águias 'desfilar' suas habilidades.


Cerveja local: La Feodale de La Roche

Olá, soy a Coruja Africana

E yo soy la Coruja da Nova Zelândia

Ainda extasiados e felizes com o show, pegamos a estrada com direção à Waterloo. Nossa tarde será de aula de história mais uma vez!


Porém, no meio do caminho a fome nos alcançou e, a fim de evitar restaurantes fechados - aprendizado da viagem: passou das duas ou três da tarde os lugares não servem mais comida aí é preciso esperar até às seis ou sete da noite - resolvemos parar em Namur.


Durante minhas pesquisas pra organizar a viagem lembro que olhei essa cidade e, quando vi no mapa que ela era no nosso caminho a Waterloo, decidimos então que era o lugar perfeito pro almoço!



Estacionamos o carro em um estacionamento central, caminhamos um pouco e escolhemos almoçar no restaurante San Marino por três motivos:


  1. Eu precisava muuuuito fazer xixi (upsi)

  2. O lugar era muito bonito

  3. Olhamos o cardápio na rua - bem rapidinho, lembra: eu precisava ir no banheiro - e achamos boas opções pra comer então, partiu!


Ristorante San Marino

Pedimos uma carne e um prato típico: croquettes de volaille (croquetes de carne com um creme dentro) e foi mais um grande acerto, o croquete era espetacular!!! Diferente de todos que já comi.



Barriguinha cheia, hora de seguir...


Seguimos viagem para Waterloo e devo confessar que fiquei encantada com a experiênciade aprender a história da Batalha de 1815 - quando o exército de Napoleão foi abatido pelos exércitos Inglês e Prussiano - aqui.


Prazer, Napoleão.

Não estava esperando tanto daqui, afinal gosto mais da história mais moderna, porém o Memorial de 1815 me surpreendeu. Um super museu - bem tecnológico, tem até uma experiência 4D mostrando como foi a batalha no dia 18 de junho de 1815.



Depois de visitar Memorial subimos no monumento Butte du Lion. Um monumento de 40m de altura erguido em 1826 a pedido do Rei William I desejava marcar o suposto local onde seu filho mais velho, o Príncipe William II, foi ferido na batalha de Waterlo. Exatos 226 degraus nos levam para o topo. Uma trabalheira pro quadriceps, mas que vale a pena: lá de cima é possível ver todo o campo de batalha de Waterloo 1815 e entender movimentação das tropas de Napoleão.



Nota mental: é alto e MUITO fria a brisa que bate.

Vista para o campo de batalha de Waterloo do alto do Butte du Lion

Eram quase 7 da noite quando pegamos a estrada com rumo a Bruges. 140 Km e uma hora e meia depois chegamos no nosso hotel - Duke's Arches - no centro da cidade. Tomamos um banho e partimos pra missão de reconhecimento.


Marketplatz

Flanamos um pouco até encontraros um velho conhecido e muito amado: Bitterballen!


Comemos a primeira vez em Curaçao, em 2021, e foi amor à primeira vista. Ano passado encontramos em Aruba - para nosso deleite e desespero da dieta. E hoje, mais uma vez matamos a saudade dessa delícia com a sua melhor companhia: uma cervejinha gelada.


Bitterballen: uma paixão!

Uma Straffe Hendrik pro Pedro, uma La Chouffe pra mim e uma montanha de Bitterballen pra nós foi a maneira perfeita de terminar esse dia muito bom aqui na Bélgica!


Isso que é viiiiiidaaaaaaa

Cerveja local indicada pelo garçom

Amanhã é dia de conhecer (e comer umas coisitchas más) essa outra pérola: Bruges!



Um beijo, fiquem bem e até amanhã!

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