Por um acaso ao ler o título dessa inquietação você lembrou de algum livro? Um de capa laranja, bem chamativo, com um nome um tanto diferenciado.
Isso, esse mesmo! A sutil arte de ligar o f*da-se do Mark Manson.
Parabéns amizade, lembrou certo!
Então, hoje decidi contar como esse astuto menino conseguiu me ajudar (e muito) a melhorar o meu inglês.
Bom, pra quem convive mais comigo sabe que a língua do Tio Sam não é algo que me fazia chorar de alegria e emoção, muito pelo contrário, sempre tive aquela certa aversão ao inglês. Mas uma aversão meio que Joseph Climber: estudava, estudava e, apesar de nunca estar nem perto de 80% bom, continuava estudando.
'Qualquer um de nós ficaria chateado, desmotivado, abatido, mas não este homem. Não Joseph Climber, porque ele não desistia’... É, mais ou menos assim.
Eu não gostava, mas também nunca cheguei a desistir totalmente de estudar inglês, até porque era uma questão de honra né, se uns mané ali conseguem, um dia, talvez-quem-sabe, também posso conseguir.
E como a vida é uma caixinha de surpresas, meu amigo, a bonita aqui de um dia para o outro (verdade, de um dia para outro) por conta de uma mudança precisou turbinar essa língua.
Aí semana vai e semana vem e muitas foram as estratégias para melhorar meu inglês. Acontece que olhando para trás eu vejo que o jogo virou definitivamente quando comecei - e não parei mais - a ler livros em inglês.
Eu sempre tive o hábito de ler. Comecei no ensino médio nas aulas de português do professor Nelson – que na época designava uma aula inteira por semana para nos ‘obrigar’ a ler.
E o negócio era sério!
Tínhamos a liberdade de escolher o livro e escolher qualquer lugar no colégio para sentar e degustar nossa escolha por uma – na época – looonga hora. E o melhor de tudo: professor Nelson ficava rodando pelos corredores atrás daqueles que estavam trapaceando na leitura, ou – pior - conversando (na época não tínhamos smartphone, então o pior mesmo era ser pego conversando com alguém). E se ele pegasse, já era! MENOS 1 PONTO NA MÉDIA FINAL!!!
E sabe o que isso significa? Que o medo de perder pontos – tão suadamente conquistados nas dificílimas provas - em português me fez criar o hábito da leitura. Obrigada prof. Nelson! Tenho certeza que muitos mais além de mim recordam de ti com essa gratidão!
Mas enfim, desde o primeiro ano do ensino médio tenho o hábito de ler. Na época da faculdade, como tinha muito texto acadêmico para dar conta – gracias prof. Aragon – os livros foram perdendo um pouco o espaço na minha agenda, mas nunca saíram de cena.
E foi então em 2017 que a leitura voltou com tudo pra minha vida.
Acontece que quando me mudei pros Estados Unidos uma necessidade de saber mais inglês foi urgentemente criada! Meu senhor do céu, eu preciso falar inglês, pensar inglês, escrever inglês, comer inglês, sonhar inglês! E ainda ler inglês. Coooomo se dessa boca só sai que The Book is on The Table!!!???
Aí vá curso de inglês, preocupação com sotaque, o terror da gramática - aquela rica terceira coluna – mas aos trancos e barrancos de um dia para o outro (mentira, levou meeeeeses) o inglês fluiu e, devo confessar que foi a leitura me ajudou muito. Já que, assim como no português, quanto mais a gente lê, melhor a gente escreve, mais desenvolvemos as articulações gramaticais e mais vocabulário acabamos adquirindo.
Mas não pense que a experiência foi fácil. A primeira tentativa (de verdade) de leitura em inglês foi com Nora Roberts! Eu adoro ela em português! Mas em inglês dá vontade de chorar só de lembrar...
Os livros dela são romances cheios de descrição, detalhes e dramas - o que dificultou muito minha vida no quesito entender o que a mulher escreveu. Era mais ou menos assim: eu havia determinado uma meta de ler pelo menos 5 páginas por dia, marcar as palavras que eu não conhecia, aprender elas e seguir a leitura. Essa era a expectativa. Lindo!
Aí veio a realidade: eu lia uma página, marcava as palavras que não conhecia e tinha que voltar para o dicionário imediatamente porque nem pelo contexto eu estava engolindo a história. Até que chegou um ponto que não tinha mais dinheiro que pagava o meu gasto com marca texto e eu larguei.
Uma bela chinelada na cara.
Aí desanimei. Dei um tempo. Afinal, quem precisa de inglês morando na Califórnia???
Britney, sem julgamentos agora. Por. Favor.
Desisti.
Mas e toda a ideia de ser um Joseph Climber? Você pode pensar...
Chega de Joseph Climber por enquanto.
(Vou dramatizar essa parte para criar mais interesse no leitor).
E aí o tempo passou e passou e até que em novembro – não lembro como – eu conheci o Mark Manson e seu fabuloso livro – já falo dele – A sutil arte de ligar o f*da-se.
"Huuum, interessante esse título. Deixa-me ver aqui".
Aplicativo do Amazon, um minuto de pesquisa, 14.99 dólares mais pobre, compra feita, livro na porta de casa no outro dia de manhã (sim, o Amazon é a melhor coisa daqui, funciona muito. Gracias Bezos!)
My pleasure, man!
E naquela manhã mesmo já comecei a ler.
No início do livro foi ‘pauleira’, mas quando engatei a segunda, só foi. E como fiz isso? Fácil, parei de me preocupar tanto com entender 100% do que estava lendo e fui tomando coragem de seguir no texto - focando mais no contexto - e, vale destacar aqui que gostei muito da forma como Mark escreve pois é bem leve, sabe? Parece que ele está na tua frente falando contigo – às vezes até dá pra sentir os tapas na cara que ele nos dá com as palavras.
E assim, de uma hora pra outra (mentira, levou semanas) a leitura começou a fluir. Foi na base do `socar goela abaixo` mesmo, mas o bom é que nosso cérebro é tão f*da que ele vai acostumando até que uma hora a gente aprende.
Mas claro, depois que terminei o livro, voltei pra ler novamente os primeiros capítulos pra garantir o entendimento. E meu senhor, que tática feliz! Pois notei como eu tinha perdido informação na primeira vez!!
Boa Guria!
E com essa experiência eu fiquei muito feliz porque já consegui perceber uma evolução (zinha), mas ainda assim é uma evolução, no meu inglês. Um passo por dia, e aí fui começando a entender mais e a ganhar mais confiança.
E essa tal confiança me ajudou ainda mais na hora de falar – que é onde o problema era um pouco mais feio - eu falava um portuglês - sabe, quando a gente não faz ideia de como dizer algo e solta a palavra em português com um ‘ation’ no final pra inglesiar o termo, isso mesmo, até hoje ainda quando me aperto faço dessas. E sabe que às vezes até cola?? hehehe. Brasileiro sempre dá um jeito!
além de me ajudar bastante com o inglês, The subtle art of not giving a F*ck (A sutil arte de ligar o f*da-se) do Mark Manson ainda me mostrou ideias muito básicas e verdades muito simples para descomplicar o que nós – com essas mentes fortes – enrolamos e nos amarramos.
É um rico de um livro! Inspirador, bem escrito, engraçado e que traz verdades simples em cada capítulo, ainda mais naqueles de títulos muito convidativos, como por exemplo o “Não tente”, a “Felicidade é um problema”, ou “Você não é especial”, e por aí vai...
E dentre tantas outras coisas Mark aborda uma ideia muito básica, mas que às vezes esquecemos: de que nós somos os donos da nossa própria história e, principalmente, que somos os responsáveis por todos os acontecimentos – bons ou ruins – da nossa vida.
Simples né.
Agora escuta essa fábula: quanto antes pararmos de colocar a culpa dos nossos problemas nos outros, mais rápido vamos conseguir resolver, nos desenvolver e seguir o baile. A culpa de eu ter a minha vida – boa ou ruim - e os meus problemas – bons ou ruins – é minha, eu que mando. Ponto. Óóóóhhhhhhh!!!!
E mais, Mark ainda defende que nossos problemas são muito importantes – porque são os perrengues que passamos na vida que nos ajudam a chegar lá. Que a felicidade nada mais é do que o resultado da solução de problemas e, por fim, que aquilo que importa é o caminho e não o destino – até porque o destino é igual para todo mundo: la muerte.
Fala mais, amiga!
Assim, a sutil arte de ligar o f*da-se na verdade, se é que eu entendi bem o que o autor apresenta, é saber escolher bem aqueles problemas que vão nos incomodar. Ou seja, devemos saber escolher o que é importante na vida e nos preocuparmos para resolver os problemas/questões relacionados a isso. Nós somos os donos da nossa vida, podemos ser, fazer, desfazer tudo. Sério que eu, justo eu, preciso ser o culpado de tudo da minha vida? Sim. Dá até um medinho né? Pois bem. Aceitemos que dói menos e funciona mais: vamos tomar as rédeas desse cavalo brabo logo de uma vez e ser feliz!
E as besteiras? Ah, pra essas ligamos o botão mágico do f*da-se.
E por aí vai... inpirador né?
Ele faz meio que um `Chicoatching` (chicote + coaching, ou seja, aprende com chicotada na cara, porque a verdade dói, mas ela cura). Uns tipos de conselhos que eu gosto de escutar e gosto de dar. Acorda a pessoa moribunda e faz ela andar na vida.
E o meu inglês?
Ah sim, a moral da história: eu li, vivi e venci!!!
Obrigada, quer dizer: Thank you!
Acredito que a escolha de uma leitura legal foi fundamental para iniciar o movimento. E se eu, Andressa, que – há dois anos - não fazia nada além de não suportar o inglês (devido a um certo bloqueio mental propositalmente instalado na mente devido ao medo de falhar) todo mundo que tem vontade (ou que precisa por obrigação) consegue! É aquilo que um outro livro de capa amarela fala: é tudo culpa do poder do hábito.
Quanto mais praticamos, melhor vamos ficando. E na vida tudo é meio assim, começamos devagar e se tivermos a coragem de ir e fazer, de uma hora pra outra (mentira, leva dias) a gente evoluiu e nem notou.
Mark Manson chama isso de princípio “faça alguma coisa”: não adianta ficar sentado no sofá como se fosse um saco de batata não pensante. Precisamos fazer alguma coisa, qualquer coisa mesmo e enquanto estivermos em movimento as respostas vão aparecer.
Você disse movimento?
Sim. É um nome nada científico, mas com um poder significativo forte, certo?
Simples, mas poderoso: a ação vai gerar inspiração que vai gerar motivação. Não adianta ficar parado esperando a inspiração chegar e transformar ela em motivação. Isso não é realidade, é sonho. E na vida o buraco é mais embaixo!
Não sabe pra onde correr? Azar. Corre! Nem que tu erres o caminho, é só voltar. O que importa é o movimento e o fato de que pelo menos tu vai queimar calorias, ou – no meu caso – vai aprender inglês.
E pra toda aquela minha preocupação - com sotaque, com aquela rica terceira coluna, será que falei certo? – hoje eu já sei ligar o F*da-se!
É isso aí. Até a próxima.
Adiós amigos!
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